Inscrições deixadas por uma civilização remota unem-se à exuberância natural para fazer da misteriosa Ilha do Campeche, uma das mais belas atrações de Florianópolis, em Santa Catarina.
A Ilha do Campeche impressiona por sua beleza natural, animais e aves em extinção como o tié-sangue, vivem em meio à Mata Atlântica preservada. Entre as rochas de sua costeira, pode-se ver magníficas piscinas naturais sob águas claras e esverdeadas, desvendando uma rica fauna submarina.
Entre as ilhas oceânicas de pequeno porte a Ilha do Campeche é que tem a praia mais extensa do litoral brasileiro, são 600 metros de areias finas e claras, banhadas por águas verdes e geladas.
Além de todas as belezas naturais, o mais interessante fica por conta das inscrições rupestres, os pesquisadores conseguiram catalogar mais de 150 desenhos espalhados por toda a ilha. São 21 sítios arqueológicos (onde foram encontrados grupos de figuras, restos de comida, sepultamentos, armas, etc), 9 estações líticas (onde eram usadas água e areia para afiar ferramentas) e 1 sambaqui (um amontoado de conchas, onde eram enterrados os mortos e os animais, mas onde foram encontrados também ferramentas e armas).
Basicamente, os desenhos são geométricos e têm formas humanas e de animais. Figuras formadas por meio de círculos, triângulos e quadrados. Além da estranha ocorrência de hexágonos. À beira-mar ou em ilhas, a arte rupestre está presente em quase todo o litoral catarinense e é na Ilha do Campeche onde está a maior concentração.
Estudos demonstram que diferentes grupos humanos viveram na Ilha do Campeche, em diversas épocas. Dos povos primitivos, sabe-se que eram caçadores, pescadores e coletores e que se alimentavam basicamente de moluscos, origem dos sambaquis, grande quantidade de conchas e outras sobras do cotidiano, acumuladas em uma espécie de "lixo pré-histórico". Pontas de lança e de flecha indicam a presença de sambiqueiros itamaracás com hábitos de caça e pesca. Outros estágios de ocupação da ilha seriam o ano 800, pelos índios tupi-guaranis, e o século XVIII, pelos homens que se dedicavam à caça de baleia.
Apesar da Ilha ter sido tombada como patrimônio arqueológico e natural em 19 de julho de 2000 pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). A visitação é aberta ao público, desde que se ande acompanhado de guias especializados. Essa medida teve que ser tomada para segurar a depedração causada pelos visitantes, pedras com inscrições foram pichadas e lascadas. Além da preservação da ilha, os guias garantem informação e segurança ao visitante, já que há caminhos perigosos que requerem conhecimento do trajeto.
Outra atitude para preservar a Ilha do Campeche é controlar e monitorar a entrada do público, que no verão são mais de 600 visitantes por dia, por isso o número será limitado.
Não se esqueça que as inscrições rupestres é um patrimônio que deve ser preservado e respeitado. Da Ilha só levem fotos e lembranças na memória.