Construída por volta de 1740 pelo Brigadeiro José da Silva Paes para defender o Norte da Ilha de Santa Catarina em conjunto com as fortalezas de Santo Antonio, na Ilha de Ratones e São José na praia do Forte, esta a única com alguma possibilidade de rechaçar o desembarque espanhol feito em Canasvieiras.
A Fortaleza de Santa Cruz na ilha de Anhatomirim, é lembrada com certo tabu pelos habitantes mais velhos de Florianópolis e região , por sua história sempre relacionada com a invasão espanhola em 1777, na qual não teve a menor utilidade defensiva, mesmo porque não houve resistência em nenhuma parte.
Todo o sistema de defesa montado para defender a Baía Norte não passou de um grande fracasso, um erro estratégico imperdoável. A distância entre os fortes era de 6 Km, enquanto o canhão de maior calibre tinha um alcance máximo de 2 Km. Em 1777, uma esquadra espanhola, adentrou o canal com 20 vasos de guerra, 97 navios mercantes, 674 canhões, 12 mil homens e mantimentos para 6 meses de cerco. Ocuparam a ilha e só foram embora no ano seguinte, após a assinatura do tratado de Santo Idelfonso, no qual Portugal sedeu a província de Sacramento (atual Uruguai) em troca de outras terras, entre elas a Ilha.
Mas o episódio que mais contribuiu para essa lembrança triste que se tem da ilha é o fato de ter servido como presídio político em 1894 , durante o governo republicano de Floriano Peixoto . Para lá foram mandados 185 cidadãos da vila do Desterro, como era chamada Florianópolis. Esses homens favoráveis à criação de uma federação dos estados brasileiros, foram fuzilados sem nenhuma chance de defesa judicial. Durante a revolução constitucionalista em 1930 , governo de Getúlio Vargas, a fortaleza voltou a servir como presídio político.
Depois ficou sob tutela da Marinha até 1960 , quando as famílias que a conservavam mudaram-se, e Anhatomirim foi entregue aos invasores e saqueadores , logo restavam apenas ruínas. Em 1979 a Universidade Federal de Santa Catarina iniciou a restauração da mais majestosa edificação, orgulho de Silva Paes que se referia a ela como tendo as mais nobres acomodações militares das Américas , destacando o Portal de acesso com linhas de ligeira influência oriental e a escadaria de acesso feita com lioz português, pedra muito semelhante ao mármore. Hoje totalmente restaurada e mantida pela UFSC, a ilha e todas as suas edificações estão muito bem cuidadas , contando com estrutura para receber os turistas trazidos em sua maioria pelas escunas de passeio.
No alojamento da tropa, a maior das construções da ilha , está sendo montada uma exposição permanente de mamíferos marinhos que já conta com um esqueleto de baleia montado.
Anhatomirim e a Fortaleza de Santa Cruz agora são motivo de orgulho e um exemplo a ser seguido em muitas construções históricas.
Caminhar pelos gramados que circundam a ilha , observar os detalhes das construções , saborear pratos típicos no restaurante é sem dúvida uma ótima opção de turismo, e que ainda possibilita um contato com a nossa história.
O canal entre Anhatomirim e o continente, chamado Baía dos Golfinhos, é o lar permanente de um grupo de 120 golfinhos-cinza que podem ser observados do barco, mas recomenda-se manter distância para não importuná-los, evitando assim , que migrem para outro local mais tranqüilo.
Dicas:
Visitação : todos os dias das 9 às 17h Acesso: 3 empresas fazem o roteiro que passa por Ratones e Anhatomirim , partindo do centro da cidade. O preço na baixa temporada é de 10 reais pela travessia mais 4 reais para entrar nas fortalezas. Na alta temporada o preço varia entre 15 e 20 reais conforme a embarcação e há partidas também de Canasvieiras.
Scuna Sul 048 2251
806 - Veleiros Tur 48 225 76 22 - Ponto Sul 48 223 0399
Conheça as Fortalezas de Florianópolis: